O Teatro de Animação de Setúbal (T.A.S.) apresenta no Litoral EmCena, nos dias 12, 13 e 14 de maio, ‘Cruz de Giz’, de Bertolt Brecht, que conta com Celina da Piedade, entre o elenco, num espetáculo plurisdisciplinar que junta em palco teatro, música, artes plásticas e audiovisual.
Construído a partir de Terror e Miséria do III Reich (1935-1938), composto de múltiplos quadros independentes e de poemas aparentemente desconexos em que cada cena mostra uma faceta do regime nazi, o espectáculo encontra a unidade no seu título ‘Cruz de Giz e Outros Textos’, de Bertolt Brecht.
Pretende ser um panorama da sociedade alemã sob o domínio nazi. Uma coleção de instantâneos saída de casas operárias e de comunidades judaicas numa década mergulhada em equívocos, onde Brecht nos propõe uma profunda reflexão sobre a decadência de toda uma sociedade sufocada pelo terror e pelo medo.
O espectáculo, com dramaturgia e encenação de Duarte Victor, é um ensaio sobre o medo em todos os tempos, em todas as épocas. O medo terrivelmente natural e absoluto.
O teatro, a música, as artes plásticas e o audiovisual cruzam-se em palco para inquietar, despertar num tempo em que se avolumam as ameaças de trevas e desumanização.
Em cena vão estar os atores Célia David, Duarte Victor, Filipe Duarte, José Lobo, Miguel Assis, Rita Ferraz e Susana Dagaf, que partilham o palco com a compositora e intérprete Celina da Piedade.
Em ‘Cruz de Giz’ é dado um retrato rápido de uma sociedade alimentada de sectários e denunciantes que pela resignação, pelo medo, pela ilusão de grandeza e de ganância alimentam o monstro nazi.
O espetáculo vai ser apresentado no dia 12 de maio no Auditório Centro de Artes de Sines, no dia 13, no Auditório da Escola Secundária Padre António Macedo (ESPAM), em Vila Nova de Santo André, e a 14 de maio, no Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, sempre às 21h30.
Sobre o autor
Bertolt Brecht, nascido a 10 de fevereiro de 1898 em Augsburg, Baviera, Império Alemão, foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Os seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-se mundialmente conhecido a partir das apresentações da sua companhia de teatro Berliner Ensemble, realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.
Nos finais dos anos de 1920 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu Teatro Épico. O seu trabalho como artista concentrou-se na crítica ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.