Descrição
O Auditório Municipal cumpre o compromisso do Município com a população: um recurso ao serviço das artes e da cultura.
É missão do Auditório Municipal António Chainho constituir um espaço de cultura, de aprendizagem e de atualidade artística, prestando um serviço público e promovendo o acesso da população a diferentes atividades culturais.
A programação do Auditório Municipal António Chainho é pautada pela qualidade e diversidade dos diferentes tipos de arte, com destaque para o cinema.
Com a atribuição da designação de António Chainho ao Auditório Municipal, o Município de Santiago do Cacém pretende prestar uma homenagem ao mestre da guitarra portuguesa, tendo como fundamento a valorização de um marco da identidade local, assim como estimular a aproximação dos munícipes e de quem nos procura ao inigualável património cultural do município de Santiago do Cacém.
O Auditório tem capacidade para 242 lugares, incluídos três lugares para pessoas com mobilidade reduzida.
O edifício é composto de dois pisos que albergam, além do palco e de espetáculos, uma cabine de projeção e uma cabine de som e luz, um camarim, uma sala de reuniões e a sala da direção.
A antecâmara de entrada, que serve de espaço de transição do exterior para o interior do edifício, comunica diretamente com a bilheteira, permitindo que o público adquira ingressos num espaço resguardado, sem haver necessidade de entrada no espaço do foyer, com o qual comunica.
O foyer, destinado à receção e permanência de público, possui, para o efeito, uma zona de informações/ bengaleiro, uma cafetaria e instalações sanitárias. Constitui-se ainda como a zona de acesso à sala do Auditório.
No segundo piso, existe uma zona que é uma extensão do próprio foyer e comunica visualmente com o mesmo através de uma galeria.
Programação
FEVEREIRO
SEAL TEAM – BRIGADA ESPECIAL
05 FEV. | domingo | 11h00 | 15h30 | Animação | Comédia | 98 min | M6 | Versão Portuguesa
https://ticketline.pt/evento/seal-team-brigada-especial-vp-70813
Realização: Greig Cameron
Vozes: Pedro Granger, Francisco Froes, Melânia Gomes, João Arraiais
Sinopse: Quinn, uma foca adorável, mas tenaz, reúne um grupo de recrutas desajeitados para fazer frente a um bando de tubarões que tomou a vizinhança. O alegre bando de focas não está de todo treinado para a missão. Por isso, procuram a ajuda do mais experiente Claggart…
UM HOMEM CHAMADO OTTO
10 FEV. | sexta-feira | 21h30 | Comédia | Drama | 126 min | M12
https://ticketline.pt/evento/um-homem-chamado-otto-70844
Realização: Marc Forster
Interpretação: Tom Hanks, Mariana Treviño, Kailey Hyman, Rachel Keller, Manuel Garcia-Rulfo, Cameron Britton, Mike Birbiglia, Elle Chapman, Joe Fishel
Sinopse: Otto, um viúvo rabugento e rigoroso, mantém o bairro onde vive fiel às suas regras. Quando está prestes a desistir da vida, inicia uma amizade com os novos vizinhos…
O FILHO
12 FEV. | domingo | 15h30 | Drama | 122 min | M14
https://ticketline.pt/evento/o-filho-70849
Realização: Florian Zeller
Interpretação: Hugh Jackman, Zen McGrath, Laura Dern, Vanessa Kirby, Anthony Hopkins, William Hope, George Cobell, Isaura Barbé-Brown, Mercedes Bahleda, Akie Kotabe, Erick Hayden, Danielle Lewis, Van Pierre, Jesse Cilio, Patrice Bevans
Sinopse: Segunda parte da trilogia de Florian Zeller sobre o tema da saúde mental. Segunda longa-metragem de Florian Zeller como argumentista e realizador. Tal como o filme anterior, “O Pai”, lançado em 2020 e nomeado para seis Prémios da Academia (vencedor de Melhor Argumento Adaptado e Melhor Actor), “O Filho” é baseado na peça de teatro de Zeller.
Nicholas é o filho de dezassete anos de pais divorciados, uma separação amigável à superfície, mas que permanece uma ferida aberta, especialmente para a mãe, Kate. O pai Peter, um importante advogado, enfrenta decisões cruciais sobre a sua carreira e está ansioso por entrar na política, enquanto gere uma nova vida com Beth e o filho bebé de ambos.
Kate revela que Nicholas tem faltado às aulas na escola. Por razões que Kate não consegue compreender, o seu filho é terrivelmente infeliz e, por vezes, chega a assustá-la.
Nicholas decide ir viver com o pai, na esperança de que uma nova escola e um novo começo aliviem a sua ansiedade. Peter e Beth dão-lhe a segurança e encorajamento que podem, mas os problemas de Nicholas ameaçam meter-se entre eles e fazer regressar dramas do passado.
BABYLON
17 FEV. | sexta-feira | 21h30 | Drama | Comédia | 185 min | M16
https://ticketline.pt/evento/babylon-70860
Realização: Damien Chazelle
Interpretação: Diego Calva, Margot Robbie, Brad Pitt, Jean Smart, Tobey Maguire, Li Jun Li, Katherine Waterston, Samara Weaving, Max Minghella, Jovan Adepo, Spike Jonze, Olivia Wilde, Flea, Lukas Haas, Rory Scovel, Eric Roberts, P.J. Byrne, Damon Gupton, Phoebe Tonkin, Chloe Fineman
Sinopse: Crónica da indústria cinematográfica norte-americana em finais dos anos de 1920, centra-se na ascensão e queda de um conjunto de personagens, históricas e ficcionais, durante a transição dos filmes mudos para os sonoros.
Um mundo de excentricidade, ambição e desenfreada decadência que marcou o início dos anos de ouro em Hollywood.
TITANIC
19 FEV. | domingo | 15h30 | Drama | Romance | 194 min | M12 | 3D
https://ticketline.pt/evento/titanic-3d-70877
Realização: James Cameron
Interpretação: Kate Winslet, Leonardo DiCaprio, Billy Zane, Frances Fisher, Kathy Bates, Gloria Stuart, Bill Paxton, Bernard Hill, David Warner, Victor Garber, Jonathan Hyde, Suzy Amis, Lewis Abernathy
Sinopse: Jack e Rose pertencem a classes sociais diferentes e apaixonam-se durante a dramática viagem inaugural do RMS Titanic, à época o maior navio alguma vez construído.
OS ESPÍRITOS DE INISHERIN
24 FEV. | sexta-feira | 21h30 | Comédia | Drama | 114 min | M12
https://ticketline.pt/evento/os-espiritos-de-inisherin-70882
Realização: Martin McDonagh
Interpretação: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon, Barry Keoghan, Gary Lydon, Pat Shortt, Jon Kenny, Sheila Flitton, David Pearse, Bríd Ní Neachtain
Sinopse: Passado numa ilha remota ao largo da costa ocidental da Irlanda, “Os Espíritos de Inisherin” segue dois amigos de longa data, Pádraic e Colm, quando Colm põe inesperadamente fim à amizade.
Um Pádraic atordoado, recusa aceitar um não como resposta e tenta reparar a relação com o auxílio da sua irmã Siobhán e do jovem Dominic. Mas os esforços repetidos de Pádraic apenas reforçam a determinação do seu antigo amigo e quando Colm lança um desesperado ultimato, os acontecimentos depressa assumem maior gravidade com alarmantes consequências.
AMADEO
25 FEV. | sábado | 21h30 | Histórico | Drama | 98 min | M12 | com a presença do realizador Vicente Alves do Ó
https://ticketline.pt/evento/amadeo-70884
Realização: Vicente Alves do Ó
Interpretação: Rafael Morais, Raquel Rocha Vieira, Ana Lopes, Eunice Muñoz, Ana Vilela da Costa, Lúcia Moniz, Rogério Samora, José Pimentão, Manuela Couto, Ricardo Barbosa, Mariana Pacheco
Sinopse: Amadeo Souza-Cardoso viveu, em apenas 30 anos, uma vida intensa e fulgurante. Nasce e vive em Manhufe (Amarante), veraneia em Espinho e fixa-se em Paris onde integra um extraordinário círculo de artistas modernistas que marcará a história da arte do século XX.
Com o deflagrar da Primeira Grande Guerra, Amadeo vive com a sua mulher, Lucie e cria um refúgio artístico na casa de família. É entre a sua cozinha de Manhufe, os desafios da produção de vinho na paisagem amarantina e as influências da Corporation Nouvelle, que resulta uma amálgama de referências que Amadeo transpõe para os seus quadros.
Anos antes, Amadeo está em Paris, onde, com apenas 23 anos, celebra a primeira exposição conjunta com Modigliani. Rodeado pelo seu círculo de amigos de que fazem parte Picasso, Apollinaire, Brancusi, Derain, Emmerico Nunes e Max Jacob, encontra-se no epicentro das artes do século XX.
O pintor deixa de trabalhar em 1918, quando a gripe pneumónica atinge Portugal. Em Espinho, Lucie e Graça, a sua irmã, adoecem. Amadeo dedica-se a tratá-las, acabando também ele por adoecer. Logo após a morte da irmã, Lucie é recuperada, é a vez de amadeo ser colhido pela garra da doença. Acaba por falecer no dia 25 de outubro de 1918.
DETETIVE ARANHA
26 FEV. | domingo | 11h00 | 15h30 | Animação | 90 min | M6 | Versão portuguesa
https://ticketline.pt/evento/detetive-aranha-vp-70873
Realização: Julio Soto Gurpide
Vozes: Tiago Retrê, Paulo Oom, Rui Quintas
Sinopse: Imagine um mundo de insetos onde as aranhas são os polícias. Em 1934, a bordo de um hidroavião Pan Am Clipper, durante um voo entre Xangai e São Francisco, um crime é cometido. O poderoso milionário Bugsy Spindlethorp é assassinado, deixando a incrivelmente bela Arabella – uma Viúva Negra – bem … viúva.
O Inspector Sun e a jovem aprendiz Janey investigam o crime, lidando com todo o tipo de inimigos, incluindo poderosos senhores do crime e um gafanhoto megalómano que planeia matar todos à fome, destruindo as colheitas e outras fontes de alimento.
Uma homenagem em forma de sátira cómica ao género “whodunnit” e ao filme noir, dirigido a um público mais jovem. Ao longo de toda a história encontram-se pistas falsas, suspeitos misteriosos e uma trama engenhosa tecida como a teia de uma aranha, apimentada com grandes doses de humor absurdo e trocadilhos brilhantes.
“O SEGREDO DA FLORESTA” – Coral Harmonia Juvenil & BANDAlheira
04 FEV. | sábado | 16h00 | 60 min
Bilhetes: Entradas gratuitas | Disponíveis apenas na bilheteira do AMAC, mediante entrega de bens essenciais, como
produtos de higiene ou alimentares destinados à instituição O FAROL.
Sinopse: Na floresta, os animais recebem um recado – vão receber uma prenda. Ficam todos à espera, pensando no que poderá ser, quem a trará. Mas as horas passam e nada acontece. Bom, não é bem assim: acontece que os animais para se entreterem, começam a contar histórias uns aos outros. Entre risos e gargalhadas, recebem a maior prenda do mundo – a Amizade.
É pela voz do Coral Harmonia Juvenil que o livro da autoria de Margarida Fonseca Santos e Francisco Cardoso ganha vida através da leitura e da música! Uma verdadeira história de enCANTAR, ouçam-na e nunca mais vão esquecer O Segredo da Floresta…
XXIII FESTIVAL DE MÚSICA Al-MUTAMID – AL MARAM (Marrocos / Iraque / Argélia) – Música árabe e dança oriental
18 FEV. | sábado | 21h30
https://www.ticketline.pt/evento/al-maram-xxiii-fest-musica-al-mutamid-70866
Bilhetes: 5,00€ público em geral – 2,50€ cartão Municipal sénior e crianças dos 3 aos 12 anos | Disponíveis na Ticketline e na bilheteira do AMAC
AL MARAM é um projeto musical formado por uma nova geração de artistas que baseia o seu estilo na especial sensibilidade interpretativa dos seus componentes e na originalidade dos seus arranjos, que tentam expressar os temas musicais dentro de uma dimensão emocional e espiritual.
A instrumentação do grupo é a tradicional: alaúde árabe e kanun (citara árabe) como instrumentos melódicos, a voz como indicativo de sutilidade modal destas músicas, e as percussões tradicionais do mundo árabe: darbouka, bendir e tar, tudo manejado com elegância e sutileza.
AL MARAM conta também com a colaboração de uma bailarina de dança oriental, logrando-se assim um espetáculo de enorme beleza visual e sonora.
HUSAM HAMOUMI: voz, kanun e nay
MUSTAFA SABAE: voz e percussões
RIAD ADDOU: voz e alaúde árabe
SARA MORILLO: Dança oriental
Até 26 de fevereiro
Exposição “Traços de Santiago” por Patrocínio Pacheco
Sinopse: “Desenhos de joelho, pela história e memórias de Santiago do Cacém”.
Privilegie as reservas dos seus bilhetes via telefone: 269 750 410 ou e-mail: auditorio@cm-santiagocacem.pt
Bilheteira
Venda de bilhetes
Terça a sexta–feira: 10h00 às 12h30 / 13h30 às 16h00
Encerra: segundas-feiras e feriados, salvo se nesses dias estiver agendado algum espetáculo
Dias de espetáculo e cinema: 1h antes
269 750 410 “rede fixa nacional”
auditorio@cm-santiagocacem.pt
Só são válidas mediante confirmação do auditório
Pagamento multibanco disponível na bilheteira.
Esta possibilidade é apenas aplicada a iniciativas organizadas pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Dias em que pode haver sessões de cinema
Horário das sessões de cinema:
Sextas-feiras e sábados: 21h30 público geral
Domingos: 11h00 – 15h30 – público infantojuvenil
Preços dos bilhetes de cinema:
crianças dos 3 aos 12 anos inclusive 1,60€ / adultos 3,20€
Filmes em 3D:
crianças dos 3 aos 12 anos inclusive 2,60€ / adultos 4,20€ (óculos incluídos)
O Auditório Municipal António Chainho é um espaço que cuidou do acesso para pessoas com mobilidade reduzida. Existem rampas de acesso e espaço para cadeira de rodas.
Biografia de Mestre António Chainho
Quando saiu da tropa, estava decidido que o seu destino seria a guitarra portuguesa. Corriam os anos sessenta e António Chainho, alentejano e no vigor dos vinte anos, logo demonstrou o seu virtuosismo nas doze cordas. Para trás, ficava o café dos pais, em São Francisco da Serra (Santiago do Cacém), onde, aos oito anos, se tinha iniciado nas lides. O pai manejava a guitarra, pousada sobre a mesa de bilhar e sempre à disposição, com destreza; e o filho, aos treze anos, já se apresentava em público.
Inspirado em mestres como Armandinho, estreia-se na casa de fados A Severa, em meados dos anos sessenta, a que se seguiram atuações n’O Faia, n’O Folclore e no Picadeiro, de que aliás seria proprietário e onde foi dando azo ao seu amor pela guitarra portuguesa, acabando por formar o seu próprio conjunto de guitarras. Mas é quando acompanha Maria Teresa de Noronha, Lucília do Carmo, Carlos do Carmo, Francisco José, Tony de Matos, António Mourão, Frei Hermano da Câmara ou Hermínia Silva que Mestre Chainho começa a deixar marcas na história da guitarra portuguesa. Ela seria a sua noiva para o resto da vida. E, desde aí, não se cansou de a mostrar ao resto do mundo.
Estava há três anos em Lisboa quando a Emissora Nacional o convida para um programa de rádio – “Fados e Guitarradas” – em que atua, ao vivo e em direto, com o seu conjunto. Nele se agrupavam guitarristas como José Luís Nobre Costa e tocadores de viola como Raúl Silva e José Maria Nóbrega. Para quem tinha aprendido a tocar a guitarra de ouvido colado à telefonia, tinha chegado a vez de ser considerado um dos seus primeiros executantes enquanto autor de memoráveis recitais de guitarra transmitidos pela rádio em Portugal. É por essa mesma altura, em finais dos anos sessenta, que grava o seu primeiro disco, o LP Solos de Chainho, para a já extinta editora Rapsódia, seguindo-se mais três discos no mesmo formato para outras companhias discográficas.
O orgulho na sonoridade da guitarra portuguesa levou-o no entanto a inverter posições. E se o protagonismo de um recital não pertencer tanto à voz como ao dedilhar de uma guitarra? Porque não hão de os holofotes incidir no canto de um dos mais brilhantes instrumentos portugueses? As guitarras não têm de gemer sempre baixinho e António Chainho assume por isso o risco de enveredar por uma carreira a solo. Com a modéstia que é reconhecida aos grandes, chama os maiores artistas para cantar consigo, confirmando que a sua missão é levar pelos quatro cantos do mundo a sua amada.
Atua então em recitais por todo o mundo: a solo ou dividindo o palco com Paco de Lucía ou John Williams; em concertos isolados ou em festivais dedicados à guitarra como aconteceu em Córdova.Abre uma nova frente ao iniciar uma discografia em nome próprio com o álbum Guitarra Portuguesa e um segundo disco gravado com a Orquestra Sinfónica de Londres, abraçando decididamente uma carreira discográfica, exclusivamente composta por temas originais, agora com o selo Movieplay.
Num mesmo movimento, explora novas direções para o fado. Toca guitarra portuguesa no álbum Fura Fura de José Afonso e, com Rão Kyao, participa no álbum Fado Bailado. É altura de experimentar o contacto com outras culturas e abre a guitarra portuguesa à voz de cantoras como as brasileiras Gal Costa e Fafá de Belém, a espanhola Maria Dolores Pradera e a japonesa Saki Kubota. Os convites sucedem-se e tomam formas insondáveis para quem não partilha o gosto pela reinvenção constante da guitarra portuguesa. Na coletânea Red Hot + Lisbon, acompanha a norte-americana kd lang no tradicional “Fado Hilário”.
Em 1998, já não consegue esconder a sua paixão e grava A Guitarra e Outras Mulheres, em que é acompanhado por Teresa Salgueiro (Madredeus), Marta Dias, Filipa Pais, Ana Sofia Varela, Elba Ramalho ou Nina Miranda (Smoke City), e por alguns dos músicos mais prestigiados da downtown de Nova Iorque (Bruce Swedien, Greg Cohen, Peter Scherer). A sua dedicação e talento são finalmente reconhecidos e o disco vende mais de vinte mil cópias, tornando-se uma referência na arte de bem tocar a guitarra portuguesa.
Mas é no Brasil – uma das suas paixões – que reencontra um brilho perdido e restabelece a ligação entre a música brasileira e a portuguesa. Com Celso Fonseca e Jaques Morelenbaum, habitual arranjador de Caetano Veloso, protagoniza o álbum Lisboa – Rio, cruzamento da tradição portuguesa com alguns clássicos da música brasileira. Sabendo da vocação universal da guitarra portuguesa, ergue então um novo marco da sua divulgação.
Os papéis voltam a inverter-se e agora Chainho é convidado para acompanhar as maiores vozes contemporâneas. O cantor lírico José Carreras não dispensa a sua colaboração num concerto no Pavilhão Atlântico; Adriana Calcanhotto chamou-o para junto de si numa das suas digressões em Portugal e Maria Bethânia convida-o para se apresentar em espetáculos no Rio de Janeiro e São Paulo. No Brasil, em Itália, ou no Japão, António Chainho insiste em divulgar a guitarra portuguesa. Em Portugal, é o mentor de um projeto que acalentou durante doze anos: a Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa e hoje é respeitado como um renovador da tradição que outros lhe deixaram.
De há uns anos a esta parte, tem sido acompanhado, à viola, por Fernando Alvim – habitual parceiro de mestre Carlos Paredes, para quem construiu os arranjos da maioria do seu reportório.
A admiração e o respeito que sentem um pelo outro aliada a uma grande cumplicidade musical própria dos mestres faz com que em todos os novos projetos de António Chainho o amigo esteja sempre presente.
Por seu lado, desde a edição de A Guitarra e Outras Mulheres que Marta Dias tomou um lugar destacado ao lado de António Chainho. Em disco e em concerto, Fadinho Simples demonstrou ser um dos temas fortes.
No álbum, gravado ao vivo no Centro Cultural de Belém, é a única vocalista presente, emprestando o poder da sua voz à vontade de percorrer os caminhos da aventura.
Assim, entra pelos domínios do jazz, de soul ou até da música brasileira, sem nunca evitar o fado.
Neste espetáculo, António Chainho faz-se acompanhar por Eduardo Miranda e Tuniko Goulart, músicos brasileiros radicados em Portugal.
Incansável na reinvenção da guitarra portuguesa e sempre pronto a apostar nos novos valores, António Chainho deu oportunidade a uma nova voz revelação do Fado, Isabel Noronha. Juntos apresentam, há mais de três anos, um espetáculo em que a mestria da Guitarra Portuguesa se alia à voz única de Isabel.
As apresentações de Chainho continuam a surpreender um pouco por todo o mundo e fazem escola entre alunos na Índia, Japão, Marrocos e Brasil, mas foi a criação da escola de Guitarra Portuguesa em Santiago do Cacém, sua terra natal, que lhe deu um especial orgulho, pois permite-lhe ensinar esta arte que tanto gosta.
Mestre António Chainho – Uma biografia
http://www.antoniochainho.com/conteudos/biografia-carreira