O Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, e o Presidente da Junta de Freguesia de Santo André, Jaime Cáceres, estiveram reunidos, no dia 9 de junho, com o Secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins. O tema que esteve em cima da mesa foi, uma vez mais, a não conclusão das obras no troço entre Vila Nova de Santo André e Sines, com especial enfoque para a questão dos pinos que continuam a dividir as duas faixas de rodagem e a comprometer a segurança dos utentes da estrada.
“Viemos manifestar o nosso descontentamento e o da população, que é por demais conhecido, com uma situação que já se arrasta há seis anos. Foram realizadas várias reuniões – com o governo anterior, com a Estradas de Portugal, a Estradas da Planície – e, durante estes anos todos, foi-nos sempre dito que o problema ia ser resolvido. O que é certo é que ele persiste”, lamenta Álvaro Beijinha.
O Estado Português – através da Infraestruturas de Portugal – já terá um acordo com o consórcio das empresas privadas que, supostamente, deveria ter executado a obra. “Agora está dependente do visto do Tribunal de Contas, o que já nos tinha sido dito também pelo Presidente da Infraestruturas de Portugal”. O Presidente da CMSC sublinha ainda, das explicações fornecidas pelo Secretário de Estado, “as questões do ponto de vista orçamental que têm de ser tratadas pelo Ministério das Finanças, de forma a que a obra possa ser retomada”, situação que Guilherme d’Oliveira Martins prevê que aconteça no último trimestre deste ano. Álvaro Beijinha alerta para o facto de esta data “não coincidir com aquilo que a Infraestruturas de Portugal nos disse no início de março. Na altura, falaram-nos em dois meses. Voltámos a manifestar a nossa indignação e até quase descrença na resolução do problema, pois têm sido muitas as promessas que depois saem goradas”.
“Porque é que o Estado não resgata a empreitada?” A questão colocada por Álvaro Beijinha ao Secretário de Estado – e que já tinha sido colocada no passado – deve-se ao facto de a obra estar “praticamente concluída e o investimento restante já não ser avultado”. A CMSC e a Junta defendem que esta seria “a solução ideal para o Estado, que, através da Infraestruturas de Portugal, assumiria a conclusão da obra e as questões jurídicas seriam discutidas a posteriori ou em simultâneo. Infelizmente não foi isso que aconteceu até agora. Atendendo ao facto de o próprio Secretário de Estado acreditar que o assunto vai ser resolvido em breve, foi-nos transmitido para aguentarmos mais algum tempo…”.
O Presidente da CMSC não se esquece de uma das questões que mais indignação tem causado às autarquias e à população. “Voltei a dar um enfoque muito grande à questão dos pinos e à razão pela qual se mantêm na estrada, quando aparentemente nada justifica, há muito, a sua continuidade. O que o Secretário de Estado nos transmitiu é que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMTT) não emite um parecer favorável à retirada dos pinos por questões de segurança rodoviária. Na nossa opinião, é precisamente o contrário. Aqueles pinos são motivo de insegurança rodoviária. Infelizmente já originaram, inclusive, uma vítima mortal num acidente de mota. O Sr. Secretário de Estado registou a nossa opinião e, neste caso em concreto, fará uma abordagem para ver se será possível a retirada dos pinos ainda antes desse último trimestre de 2016”.
“Resumindo, não trouxemos nada de novo a não ser mais promessas de que o assunto vai ser resolvido, agora em timings mais alargados em relação ao que nos tinha sido dito em março pela IP. Confesso que a paciência está a esgotar- -se. Estaremos ao lado de todas as ações de luta que a população promova”, assegura Álvaro Beijinha.