O Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, preocupado com a falta de efetivos da GNR no Concelho enviou ao Secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, nova carta onde alerta para a necessidade de colocar mais militares no Destacamento Territorial de Santiago do Cacém, de forma a garantir mais patrulhamentos e uma melhor resposta às ocorrências, dando maior segurança às populações.
Álvaro Beijinha explica que, ao longo dos últimos anos, “foram já vários os esforços que a Câmara Municipal desenvolveu junto da tutela. Infelizmente esta não é uma questão nova, nos postos da GNR de Alvalade e de Ermidas-Sado há dificuldades imensas, com poucos guardas, com tentativas de passar os postos para um horário das 09h00 às 17h00 e a funcionar apenas nos dias úteis, o que foi sempre contestado pelas Autarquias e população”.
Ressalvando que para manter o estado de segurança que se vive no Concelho “tem de haver um reforço dos efetivos, não nos podemos agarrar aos dados estatísticos e afirmar que o número de queixas é reduzido, pois, essa é uma falsa questão. As pessoas do interior do Concelho muitas vezes acabam por não apresentar queixa, porque o processo é todo ele muito complicado, desde a patrulha lá chegar para tomar nota da ocorrência às deslocações que têm, depois, de fazer para dar andamento ao caso”.
Para Álvaro Beijinha, os acontecimentos recentes, que se verificaram em Alvalade, “ilustram bem o que estou a afirmar, porque tive conhecimento da existência de roubos, brigas e até foram disparados tiros durante a noite naquela Freguesia. A tudo isto acresce o pequeno tráfico de droga, que circula com alguma descontração, diante de qualquer pessoa e longe da fiscalização da GNR local.” Entretanto falei com o comandante do Destacamento que me informou que, até ao momento, não houve qualquer apresentação de queixa.” Para o autarca as pessoas sentem que não vale a pena apresentar queixa “e isto é a pior situação que pode haver, os cidadãos desacreditarem no sistema.”
A situação agrava-se ainda mais porque, “quando acontece algum incidente nas freguesias mais periféricas do Concelho, é necessária a deslocação de uma patrulha de Santiago do Cacém ou até do concelho vizinho, Sines, o que pressupõe que, pelo menos, decorram entre 40 minutos e 1 hora, desde o pedido de socorro até à chegada da ajuda ao local.”
O cenário vivido levou a que fosse enviada uma nova missiva ao Secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, “até porque tivemos conhecimento que vai abrir um curso de admissão de novos guardas. Tem que nos ser dada uma resposta, porque o nosso Concelho é um dos maiores em área do país, com a terceira maior população do Alentejo e com uma grande dispersão entre as Freguesias.”
O défice de militares da GNR nos Postos de Alvalade e Ermidas-Sado é uma reivindicação da Autarquia que foi já manifestada ao Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna. A mais recente reunião, em que assunto foi abordado, aconteceu dia 10 de março de 2020, onde esteve presente o Presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, acompanhado do Vereador com o pelouro da Proteção Civil, Albano Pereira.
Nessa reunião, o Secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, justificou que o número de militares afetos ao Destacamento de Santiago do Cacém cumpria os rácios definidos, para além de que o nível de criminalidade no Concelho está registado como baixo.
“Há que olhar para a nossa realidade, e de uma vez por todas fazer este reforço de efetivos porque, a ausência de militares de patrulhamento, nas freguesias mais distantes da sede de Concelho, aumenta os níveis de insegurança sentido pela população e o sentimento de impunidade para com os criminosos, que atuam até, e permitam-me a expressão, com um certo à-vontade”, sublinha Álvaro Beijinha.
Declarações do Presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha