EmCena apresenta “Amor é um fogo que arde sem se ver” por A Barraca teatro
11 de Outubro às 21:30 a 12 de Outubro às 21:30
O projeto EmCena apresenta a peça “Amor é um fogo que arde sem se ver”, por A Barraca Teatro, com encenação de Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra, nos dias 11 e 12 de outubro, às 21h30, no Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, e no Auditório Mário Primo, na Escola Secundária Padre António Macedo, em Vila Nova de Santo André, respetivamente.
Duração: 120 min. | M12
Bilhetes: 5,00 público em geral – 3,00€ menores de 21 anos, maiores de 65 anos – gratuito para sócios da AJAGATO
Locais de Venda:
– Santiago do Cacém: Auditório Municipal António Chainho – 269 750 410 (rede fixa nacional) – Reservas também através do CAPAG
– Vila Nova de Santo André: CAPAG – 269 751 296 (rede fixa nacional)
Organização: AJAGATO – Associação Juvenil Amigos do Gato
Parceria: Câmara Municipal de Santiago do Cacém e Câmara Municipal de Sines
Sinopse: AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER (2024) conta a viagem de Luís Vaz, o navegador da Língua Portuguesa, transportando memórias de amores e desamores, muitas perdas e maus tratos e prisões operados em sigilosos conluios por muitos inimigos seus contemporâneos. Tempo de disputas, glórias e intrigas, os perigos da inquisição ameaçaram sempre um dos homens mais livres do seu tempo e sem dúvida o seu maior poeta. Depois de aventuras e desventuras que lhe vão acontecendo na sua pátria vai de viagem na rota de Gama. E consigo leva a Língua Portuguesa, ainda em construção.
Olhado como um texto épico, Os Lusíadas são o grande relato da aventura da língua portuguesa que nessa obra/ viagem se confirma e consagra.
Perseguindo sempre a aventura mais arriscada, seja ela o amor, a viagem ou a poesia, na Índia conhece Garcia d’Orta, Diogo do Couto, apaixona-se, conhece Macau conhece a Ilha de Moçambique, Dinamene. Num naufrágio perde a amada e salva a nado o poema ao qual já dedicara anos de vida.
17 anos passados sobre a partida para a Índia, regressa à pátria. Sempre mais rico, sempre mais pobre, quase sempre só. Traz consigo apenas o escravo Jau que o acompanhará até ao fim. Não sabemos quem morreu primeiro, são ambos eternos. Em Portugal apresenta os Lusíadas ao censor do Santo Ofício, embora com cenas eliminadas a obra é autorizada. A sua visão da “máquina do mundo” não é aceite e a cena da ilha dos amores é quase truncada. O passo seguinte é mostrá-la a Dom Sebastião. O rei gosta dos Lusíadas e aprova a concessão de uma tença de sobrevivência ao poeta. Não fosse a doença as coisas pareciam começar a correr melhor ao poeta e a vida começava a passar.
Tempo último… Camões vai a Belém ver sair os barcos para Alcácer – Quibir. Ele está no fim. E Portugal está perto do Desastre. Juntam-se as duas sortes. Regresso a casa… Camões é apoiado pelo escravo Jau que lhe dá de comer e o acompanha. E o poeta do amor, tal como os marinheiros do Gama passa à eternidade embalado pela música do mar e das ninfas da ilha dos amores.
Momento feliz enfim… O reencontro com a beleza acompanha o regresso do poeta à sua ilha recuperada numa invocação da paz a que todos aspiramos.
Maria do Céu Guerra
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
|ESPETÁCULO DE Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra Hélder |ENCENAÇÃO Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra |ASSISTÊNCIA DE ENCENAÇÃO Gil Filipe |ELENCO Adérito Lopes, Beatriz Dinis e Silva, Érica Galiza, Gil Filipe, Luís Ilunga, Maria do Céu Guerra, Manuel Petiz, Rita Mendes Nunes, Samuel Moura, Sérgio Moras, Teresa Mello Sampayo, Vasco Lello, Maria
Baltazar (estagiária) |PRODUÇÃO Inês Costa |APOIO À PRODUÇÃO Gil Filipe, Manuel Petiz, Teresa Mello Sampayo |DIREÇÃO MUSICAL E MÚSICA ORIGINAL Maestro António Victorino D’Almeida |CENOGRAFIA A BARRACA |CONCEÇÃO E VÍDEO André Letria |DESENHO DE LUZ Vasco Letria |OPERAÇÃO DE LUZ Ruy Santos |OPERAÇÃO DE SOM E VÍDEO João Pecegueiro |GUARDA-ROUPA Mestra Alda Cabrita |ADEREÇOS Tina Simões |DESIGN GRÁFICO Inês Costa
TEXTO DO AUTOR/ENCENADOR
Um espetáculo do género histórico/poético, não pode transportar cargas poeirentas e ultrapassadas.
Homenagear os clássicos é modernizá-los e torná-los acessíveis ao público dos nossos dias. É nessa dificuldade que consiste o prazer de conseguir demonstrar que as histórias antigas têm a ver com o sempre constante e irregular comportamento humano.
Camões é um dos símbolos mais importantes do nosso século de oiro, o século XVI. E é um testemunho vivo do intelectual moderno e progressista na linha de Erasmo e Tomas More, seus contemporâneos. Através dos séculos, foi sempre referido como um patriota pelos liberais e Republicanos, e também utilizado pelas famílias mais reacionárias (descendentes dos mesmos que sempre o perseguiram e lhe negaram qualquer apoio e proteção económica). Por isso, era necessário fazer uma “operação de limpeza” ao nosso Camões e mostrá-lo em toda a sua grandeza e
independência. Para exemplo aos jovens e intelectuais dos nossos dias.
Mas, também muito importante e interessante, é pensar que esse importante texto épico – além de oferecer aos navegadores portugueses o Amor como prémio na Ilha dos Amores, também é a grande aventura da língua portuguesa.
Hélder Mateus da Costa
EmCena apresenta “Amor é um fogo que arde sem se ver” por A Barraca