O novo projeto de hotelaria que está a nascer no Município de Santiago da Cacém, Freguesia de Ermidas-Sado, nasceu da vontade de uma jovem empreendedora que viu o potencial da antiga “Casa da Avó Souzinha”, e avançou com o sonho de a transformar num espaço diferenciador com muito caráter.
O edifício, na Avenida Manuel Joaquim Pereira, vai ser totalmente recuperado mantendo a sua arquitetura original. Ao dispor terá apartamentos para quem quiser mais privacidade e independência, e suítes/quartos para apostar numa experiência mais familiar e de partilha. Os promotores pretendem ainda estabelecer parcerias para desenvolver atividades de promoção cultural, dos produtores locais e gastronómicas, atividades orgânicas e ao ar livre. Os eventos são também uma área que pretendem desenvolver.
Pelo nome “A Casa da Avó Souzinha” antecipa toda uma viagem a uma casa familiar segundo explicou Margarida Salgado, bisneta e uma das promotoras do projeto. “Esse é o nosso lema, que as pessoas se sintam em casa. Todo este projeto avança com base num conceito familiar matriarca, pois é de realçar a importância da minha Bisavó. Necessitaríamos de 20 páginas para descrever as imensas histórias sobre esta senhora guerreira, “muito à frente” da sua época que enviuvou cedo, com 4 filhos (um deles o meu avô), e com toda a sua energia, garra e voz de comando geriu toda uma fábrica composta por homens conjuntamente com a mercearia.”
A casa atual foi construída em 1937, pela “Bisavó Souzinha”, no 1.º andar funcionava a casa de habitação e no r/c a Mercearia onde, à moda antiga, se vendia um pouco de tudo. Também aqui funcionava o escritório de apoio à fábrica da cortiça, porque o principal negócio da família era a indústria corticeira, desativada após os anos 70.
O desafio foi lançado em maio do ano passado, quando a mãe de Margarida Salgado num simples telefonema fez a pergunta, em modo de afirmação – “Vamos reabilitar a casa da Avó? De facto era tudo o que eu e os meus irmãos mais queríamos ouvir, a mistura de sensações entre avançar para um novo desafio, remexer em toda uma história contada dezenas de vezes à lareira e voltar às origens fez-nos avançar com o objetivo de um pequeno turismo de aldeia. O entusiasmo foi de tal ordem que acabámos por aprovar uma Unidade Hoteleira, mais precisamente um Hotel.”
A obra irá dividir-se em 3 fases, a primeira os promotores gostariam de concretizar até ao final deste ano. “Mas num edifício tão antigo a rapidez é inimiga da perfeição.”
A escolha do Município de Santiago do Cacém para desenvolver o projeto pesou por um lado pelo património familiar, tão rico em história como arquitetónico, e por outro por Santiago do Cacém ser um Concelho em crescimento que está a ser descoberto, com uma costa invejável e um interior apetecível. “O potencial é enorme. Por outro lado é de louvar, e desde já deixo os meus parabéns, ao empenho da Câmara pela agilidade em todo o processo, com respostas rápidas e ajuda na resolução de problemas, o que contribui para aumentar a vontade e o prazer de investir no nosso Concelho.”